terça-feira, 11 de junho de 2013


A gargalhada nem é um raciocínio, nem uma ideia, nem um sentimento, nem uma crítica: nem é o desdém, nem é a indignação; nem julga, nem repele, nem pensa; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma! E no entanto é o único inventário do mundo político em Portugal.
Um governo decreta? Gargalhada. Fala? Gargalhada. Reprime? Gargalhada. Cai? Gargalhada. E sempre a política, aqui, ou pensando, ou criando, ou liberal ou opressiva, terá em redor dela, diante dela, sobre ela, envolvendo-a, como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, cruel, implacável – a gargalhada!

(Eça de Queiroz)

sábado, 8 de junho de 2013









No coração do sol?
No sol há coração...
que escorre em cada raio
e vem-me ter à mão...
mão que te afaga
mão que te segura
mão que poiso no teu peito
e nele acende a paixão
dum universo perfeito

sábado, 24 de março de 2012

O vazio existencial



O vazio existencial

Será que podemos falar de um vazio existencial na sua essência? Terá sentido falar de tal estado, no caso de existir, separado da temática da morte? A morte é sem dúvida o maior vazio existencial a que todo o ser humano aspira. Ou talvez não. Todo o ser humano durante o seu curto percurso vital sente o vazio existencial, em maior ou menor grau. Sente-o e vivencia-o em inúmeras circunstâncias da sua existência humana. Ele emerge diante de situações peculiares e às vezes estressantes na vida do sujeito. Está presente em momentos da iminência da própria morte ou do falecimento de pessoas próximas. É explícito e explicado através da filosofia nas mais variadas fases e períodos e por diversos filósofos, autores e estudiosos. Permeia alguns distúrbios e patologias psíquicas, como a própria depressão. É vivenciado, de forma explícita ou implícita, no cotidiano de cada ser humano toda vez que o mesmo se questiona, reflete e filosofa acerca do verdadeiro sentido da vida. Do mesmo modo com se faz presente diante de inúmeras situações de vida, o vazio existencial também pode ser entendido, preenchido, amenizado, acolhido e abraçado em algumas circunstâncias – sejam elas através da filosofia que tenta apreender e explicar a sua essência; através do trabalho que proporciona ao indivíduo um sentido de utilidade e bem-estar; por meio das artes de uma forma geral, visto que as mesmas preenchem ou extravasam sentimentos e vivências; com a religião que consegue dar ao indivíduo um sentido e sentimento de transcendência; ou mesmo através da Psicologia que proporciona ao cliente um verdadeiro mergulho na sua essência, possibilitando-o entender-se e aceitar-se tal como verdadeiramente é. Por fim, pode-se dizer que o vazio existencial perpassa todos os campos da vida do indivíduo – em maior ou menor grau.

sexta-feira, 23 de março de 2012











fragilidade, o teu nome é mulher
mulher livro aberto e misterioso
cheia de mensagens por desvendar
é barco em rio mãe da nossa infância

é a luz da estrela que indica o norte

fragilidade, o teu nome é mulher
quantos rostos em ti vejo sofridos
sempre houve mulheres desesperadas
violadas, tanta descriminação
vendidas, prisioneiras, humilhadas


fragilidade, o teu nome é mulher
mulher, mar aberto com coração
diamantes que querem ser admiradas
enganadas em sonhos de ilusão...


PENSAMENTOS...

"aquele que conheceu apenas a sua mulher e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil..." (Tolstoi)

"deve-se temer mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem"

" o verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso..." (Nietzsche)

"é mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem..." (Voltaire)



quinta-feira, 22 de março de 2012



A poesia é uma princezinha alegre
barco à deriva no meio do mar
oferecida a quem gosta de amar
a poesia é um balão colorido, leve

É menina que gosta de dançar
a um ritmo lento, às vezes, muito rápido
tanto em verso livre como em sáfico
é uma louquinha solta pelo ar

Às vezes é punhal que incomoda
que agita e que fere e que mata
vento que não nos deixa descansar

A poesia é... a alma de um povo
uma bandeira agitada ao vento
Não para fora, tudo para dentro.

a água




No meio do nada
ouvi-te cantar
um alegre canto
de vegetação
tão agradecida
és seu coração
és parte de mim
e da natureza...
Um bem precioso
és uma princesa
às vezes salgada
no rosto que chora
no largo oceano.
Na fonte que jorra
matas-me a sede
limpas minhas mágoas
minhas impurezas
se vivo é por ti
ó amiga água...

A minha árvore




A árvore linda do meu jardim

Possui dois lábios que sabem beijar

Uma copla loira solta no ar

Cheia de frutos… todos para mim.

A árvore tem personalidade

Um suave perfume para dar

Certeza secreta no seu olhar

Admiro a sua grandiosidade!

A árvore tem um nome interessante

Há muito gravado no meu coração

Nela vivo, ela faz-me sonhar…

Seu livre caminhar de jovem amante

Nos tempos difíceis dá-me sua mão

P´ra toda a eternidade a vou amar.