terça-feira, 11 de junho de 2013


A gargalhada nem é um raciocínio, nem uma ideia, nem um sentimento, nem uma crítica: nem é o desdém, nem é a indignação; nem julga, nem repele, nem pensa; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma! E no entanto é o único inventário do mundo político em Portugal.
Um governo decreta? Gargalhada. Fala? Gargalhada. Reprime? Gargalhada. Cai? Gargalhada. E sempre a política, aqui, ou pensando, ou criando, ou liberal ou opressiva, terá em redor dela, diante dela, sobre ela, envolvendo-a, como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, cruel, implacável – a gargalhada!

(Eça de Queiroz)

sábado, 8 de junho de 2013









No coração do sol?
No sol há coração...
que escorre em cada raio
e vem-me ter à mão...
mão que te afaga
mão que te segura
mão que poiso no teu peito
e nele acende a paixão
dum universo perfeito